quinta-feira, 10 de março de 2011

The Fighter - O Último Round






Título Original: The Fighter

Género: Biografia

Realização: David O. Russell

Interpretação: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo

País: Estados Unidos da América






Sinopse: Dicky Ecklund (Christian Bale) é uma antiga lenda do pugilismo que desperdiçou os seus talentos e deitou fora a sua oportunidade de grandeza. Micky Ward (Mark Wahlberg), o seu meio-irmão, é um pugilista batalhador que viveu toda a vida na sombra do irmão. The Fighter é a história verídica e inspiradora destes dois irmãos que, contra todas as expectativas, se aproximam para treinar para um histórico combate pelo título que irá unir a sua família desfeita, redimir os seus passados e dar finalmente à sua cidade aquilo por que esta tanto espera: orgulho.





Quantos filmes de boxe é que já foram produzidos até hoje? Imensos! Quantos é que devem ter sido realmente bons? Poucos... O último filme sobre pugilismo a ganhar um Óscar ou a ser reconhecido, terá sido Million Dollar Baby de Clint Eastwood. Um grande realizador, um grande filme e uma grande prestação de Hilary Swank, valendo-lhe o segundo Óscar da carreira. Porque é que esse filme ganhou? Talvez porque a história era completa, não era o típico filme de boxe onde só se vê isso mesmo e sangue a espinchar por todo o lado.
Enfim... Porque é que este filme foi reconhecido ao ponto de ser nomeado para 6 prémios da Academia? Porque conta a história de alguém... Alguém que realmente viveu. Mas porque, principalmente, conta uma história. Não é o típico filme de luta que não nos diz rigorosamente nada, porque não possui conteúdo algum.
O filme é baseado na história de Micky Ward e na sua dedicação para chegar ao topo. Para isso, terá de lutar contra a própria família, para que o deixem tomar as suas próprias decisões.
A experiência de Dicky será fundamental para que Micky se torne num bom pugilista. E também o fará perceber qual o caminho que não deve seguir. Acima de tudo, fará com que o seu empenho seja ainda maior, para conseguir atingir o que pretende.
Charlene (Amy Adams) abrirá os olhos de Micky face à sua família. Ela irá ajudá-lo a perceber que tem de tomar as suas próprias decisões e não poderá estar sempre à espera que a mãe, Alice (Melissa Leo), decida tudo por ele.
Melissa Leo mereceu o Óscar de melhor actriz secundária, pois o seu papel é bastante difícil de concretizar. É uma mãe egoísta e que pretende que os filhos façam tudo o que ela quer. Mas ao mesmo tempo, é o tipo de mãe preocupada, à sua maneira. Para ela o mais importante é que os filhos tenham uma boa vida, mas nem sempre age da melhor forma para que estes percebam isso.
O papel de Mark Wahlberg não é nada de especial. Talvez porque, na verdade, Micky Ward não lhe possibilite fazer melhor porque era realmente assim. Mas o que é certo é que, por melhor que a sua interpretação tenha sido, não sei se foi suficiente para a sua nomeação como actor principal. De qualquer forma, acho que deu bastante ao filme.
O melhor do filme? Sem dúvida, a prestação de Christian Bale! Foi bastante complicado perder tanto peso para que pudesse tornar a sua personagem o mais real possível, mas o que importa é que com esforço e dedicação conseguiu e fez o melhor papel do filme!
Resumindo, é o típico filme em que o lutador perde montes de vezes e no fim consegue ganhar... Acho que a maioria dos filmes do género são assim. Mas, como disse, o que o torna diferente, não é o facto de Micky conseguir ganhar ou não. É a história em si e o facto de ser verdadeira.

terça-feira, 1 de março de 2011

Óscares 2011


Na noite de 27 de Fevereiro, o mundo dos amantes de cinema parou completamente. Todos aqueles que são viciados (num bom sentido) na sétima arte ansiavam pela hora em que seriam revelados os melhores deste ano! Eu fui uma dessas pessoas.
Gostei bastante da gala e acho que o palco estava espectacular! A tecnologia desenvolvida no palco do Kodak Theatre trouxe muito ao espectáculo!
Quanto aos apresentadores, como seria esperado, não foi a típica stand up comedy exercida por muitos outros que passaram pelo mesmo reconhecimento! Mas acho que estiveram à altura da noite mais importante do cinema e fizeram o que lhes competia.
A ovação da noite foi, sem dúvida, quando Kirk Douglas entrou no palco. Um ícone tão importante do cinema não merecia menos que isso.
Quanto aos vencedores e nomeados, há bastante a dizer… Mas também, como se diz, não se pode agradar a gregos e troianos. Há coisas com as quais concordamos, outras com as quais discordamos. O importante é que todos tiveram o reconhecimento merecido ao serem indicados aos prémios mais importantes da área.
O Discurso do Rei foi o vencedor da noite, embora tenha sido indicado para 12 Óscares e apenas tenha levado 4 para casa. Mas foram os 4 mais importantes e isso é que importa.



The King’s Speech, The Social Network, Black Swan, True Grit, The Fighter, 127 Hours, The Kids Are All Right, Inception, Toy Story 3 e Winter’s Bone, eram os filmes indicados para a categoria mais importante da noite: Melhor Filme. Todos bons filmes, mas nem todos tão bons assim. A corrida ao Óscar era disputada apenas entre dois dos dez filmes presentes. Alguns disseram que seria a corrida entre o filme fala-barato e aquele que possui problemas de fala. Talvez até tenham razão. O que é certo é que um filme britânico conseguiu arrecadar um Óscar e houve bastante polémica envolvida. O classicismo ultrapassou o moderno e premiou aquele que realmente merecia. Não por ser britânico ou clássico, mas sim por ser o melhor filme de entre os nomeados. E isto não é uma afronta à era da tecnologia, ou um retrocesso. Simplesmente era um filme que nos dizia alguma coisa. Tocava as pessoas. Acho que “A Rede Social” era um bocado frio. E o melhor filme deve criar sentimentos em quem o vê.

Darren Aronofsky (Black Swan), David O. Russel (The Fighter), Tom Hooper (The King’s Speech), David Fincher (The Social Network) e Joel e Ethan Coen (True Grit), estavam nomeados para a categoria de Melhor Realizador. Acho que aqui, todos poderiam ganhar. São todos bons realizadores. Mas acho que o realizador que mais merece ganhar é aquele cujo o filme é escolhido para ser o melhor. Todos fizeram um bom trabalho e foram reconhecidos por isso. O trabalho de Tom Hooper destacou-se. A sua visão e empenho valeram-lhe o Óscar. Foi bastante merecido. O filme está mesmo muito bom e isso não seria possível se não tivesse um óptimo realizador por detrás das câmaras!
Houve uma coisa que me fez espécie nesta edição dos Óscares, mas principalmente nesta categoria e na de cima: o facto de Clint Eastwood não ter sido nomeado com Hereafter! Como é que um realizador deste calibre lança, talvez, um dos melhores filmes do ano e isso não é reconhecido? Eu sei que não podem ser todos indicados e tudo isso. Mas ele era um dos mais merecedores!


Javier Bardem (Biutiful), Jeff Bridges (True Grit), Jesse Eisenberg (The Social Network), Colin Firth (The King’s Speech) e James Franco (127 Horas), indicações para o Melhor Actor principal. Ainda não vi o Biutiful, mas tenho a certeza que a prestação de Javier Bardem não desilude. Ele é o tipo de actor que cativa logo no primeiro papel e que nunca desilude, qualquer que seja o próximo personagem e a forma como este o interpreta. Um actor da velha guarda como Jeff Bridges tinha de ser reconhecido no típico western americano. Jesse Eisenberg pode ser bom actor, mas neste filme não deu para nos apercebermos bem disso. Sendo assim, pode ser que consiga um Óscar com papéis um pouco mais fortes. A interpretação de Colin Firth deixa-me completamente sem palavras! O problema de James Franco não terá sido a sua prestação menos boa ou a menor qualidade do filme. Nada disso aconteceu. Mas é complicado conseguir ganhar alguma coisa quando se é nomeado com grandes nomes e papéis do cinema! A meu ver, ganhou o melhor. Não por ser o melhor actor dos cinco, pois isso pode ser discutível, mas porque fez a melhor interpretação das cinco nomeadas.

Annette Bening (The Kids Are All Right), Nicole Kidman (Rabbit Hole), Jennifer Lawrence (Winter’s Bone), Natalie Portman (Black Swan) e Michelle Williams (Blue Valentine), eram aquelas que foram indicadas para o prémio feminino mais importante da gala: Melhor Actriz Principal. A actriz Annette Bening sempre nos surpreendeu nos seus papéis e este terá sido mais um deles. Não posso comentar a interpretação da Nicole Kidman porque não conheço mesmo o filme, mas como não foi nomeado para outras categorias, seria difícil que a mesma levasse o Óscar para casa! Winter’s Bone não foi o filme que fez com que Jennifer fosse destacada, mas a nomeação já foi um bom reconhecimento. O que dizer da interpretação de Natalie Portman? Magnífica? Exuberante? Espectacular? Tantos e tantos adjectivos que poderíamos usar… Mas acho que o facto de a terem premiado nos poupa bastante! A sua interpretação era, claramente, aquela que devia ser destacada. O facto de uma actriz de um filme independente ser nomeada é um reconhecimento enorme! Talvez ainda maior que o reconhecimento que tiveram as outras actrizes cujos filmes foram produzidos pelos maiores estúdios cinematográficos!

Christian Bale (The Fighter), John Hawkes (Winter’s Bone), Jeremy Renner (The Town), Mark Ruffalo (The Kids Are All Right) e Geoffrey Rush( The King’s Speech), interpretações mais importantes para Melhor Actor Secundário. Christian Bale mereceu o prémio, visto que já devia ter sido reconhecido há muito mais tempo. Conseguiu-o agora com um excelente papel. De qualquer forma, gostaria que ganhasse o Geoffrey, talvez por gostar mais de “O Discurso do Rei”… A interpretação de Rush é magnífica!

Amy Adams (The Fighter), Helena Bonham-Carter (The King’s Speech), Melissa Leo (The Fighter), Hailee Steinfeld (True Grit) e Jacki Weaver (Animal Kingdom) foram as escolhidas pela academia na corrida para o Óscar de Melhor Actriz Secundária. Acho que aqui, o meu gosto pelo trabalho da actriz que preferia que ganhasse era maior do que talvez o discernimento para comparar se realmente a sua interpretação foi melhor que a de Melissa Leo. Eu gosto bastante do trabalho de Helena Bonham-Carter e gostei muito da forma como desenvolveu o seu papel no filme em questão. Mas, para Melissa Leo ter ganho, esta não deve ter sido a melhor interpretação das cinco.

Toy Story 3, How To Train Your Dragon e The Illusionist foram os escolhidos para a categoria que faz as delícias dos mais novos: Melhor Filme de Animação. Gostei mais do filme “Como treinares o teu dragão”, mas o Toy Story é considerado um clássico da Disney Pixar, portanto era o que se esperava. Além do mais, estava nomeado para Melhor Filme, já era certo que ganharia este prémio.

Melhor Argumento Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Banda Sonora: The Social Network.
Era de esperar que o filme ganhasse o Óscar nesta categoria, visto que era um dos principais filmes em corrida directa para melhor filme.
Quanto à melhor banda sonora não estou de acordo, visto que constava entre os nomeados Hans Zimmer. Este compositor deu música a alguns dos melhores filmes de sempre! E não ganhou porque a banda sonora de “A Rede Social” era mais moderna e a música era electrónica.

Melhor Argumento Original: The King’s Speech
Ganhou o galardão de melhor filme. Tinha de ganhar este também. Sem um bom realizador e um bom argumento é impossível ser um bom filme. Todos estes prémios se interligam.

Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Mistura de Som, Melhor Edição de Som: Inception
Já se esperava que Inception arrecadasse a maioria dos prémios técnicos. O filme está muito bem conseguido a nível técnico, portanto mereceu tudo o que recebeu. Foi pouco reconhecido nas categorias principais, mas pronto, não se pode ter tudo!

Melhor Direcção Artística e Melhor Guarda-Roupa: Alice no País das Maravilhas.
Foi uma surpresa, mas muito boa. O filme tem todas as qualidades técnicas necessárias para ser um dos melhores nestas áreas. O mundo de Tim Burton é totalmente reflectido nos seus filmes e essa magia é bem transmitida pelos profissionais que com ele trabalham.

Melhor Música Original: Toy Story 3
Pessoalmente, queria que ganhasse a música “I See The Light” do filme Entrelaçados. Mas pronto, lá está, o melhor filme de animação, arrecadou a melhor música original.

Melhor Caracterização: The Wolfman
Apesar de ser um filme fraco, arrecadou este prémio. A razão? Porque era o filme, de entre os nomeados, que mais necessitava de técnicas de caracterização.

Melhor Filme Estrangeiro: In a Better World (Dinamarca)
Mais uma demonstração de que o cinema Europeu continua a dar cartas no resto do mundo. É a quarta vez que um filme dinamarquês ganha um Óscar para melhor filme estrangeiro. É uma prova de que devemos estar atentos a uma maior diversidade de filmes e não só aos americanos.

Melhor Documentário: Inside Job
Com a sociedade actual afundada numa crise económica, acho que o documentário é mais do que conveniente. Expõe factos que realmente interessam a todos e que muitos desconhecem.

Melhor Curta-Metragem de Imagem Real: God Of Love

Melhor Curta Metragem de Animação: The Lost Thing

Melhor Curta-Metragem – Documentário: Strangers No More